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O CÉREBRO

COLABORATIVO

O cérebro humano não evoluiu para cenários de incertezas complexas como o que vivemos hoje. Conhecer melhor como reagimos organicamente a estes cenários é a melhor forma de aumentar a colaboração, evitando os vieses cognitivos.

Nos últimos 70 anos a psicologia foi o grande arcabouço teórico da gestão de pessoas. Grandes nomes como Abraham Maslow com a Teoria das necessidades humanas, ajudaram a moldar como as organizações pensam e agem sobre as motivações a partir de uma análise das necessidades sociais. 

 

Embora universalmente conhecida e testada em milhares de experimentos realizados todos os anos nas universidades pelo mundo, muito se avançou a partir das pesquisas realizadas nos anos 50, desde a Hierarquia das Necessidades de Maslow. Um dos maiores avanços dos últimos tempos foi a introdução da Ressonância Magnética Funcional nas pesquisas. Com essa técnica foi possível que os neurocientistas analisassem o cérebro em tempo real reagindo a estímulos externos por meio da visualização do fluxo sanguíneo destinado a áreas específicas do cérebro durante os experimentos. E isso revolucionou tudo. 

 

 

Visualização da técnica que combina simultaneamente exames de eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética funcional (RMF) para análise de padrões do cérebro em reação a estímulos.

 

Economia + Neurociência

 

Um dos pioneiros no campo conhecido como Neuroeconomia é Paul J. Zak, em suas pesquisas que resultaram no livro “Trust Factor: The Science of Creating High Performance Companies”, derivou uma correlação matemática entre confiança e performance econômica. E a confiança é a base da colaboração. As pesquisas indicam que a capacidade de colaboração e a criatividade não são atributos permanentes, mas reagem a fatores externos podendo se desenvolver ou retrair com o passar do tempo. Em artigo publicado na Harvard Business Review em 2017, Zak apresenta resultados das suas pesquisas em empresas: 

 

Em comparação com pessoas trabalhando em companhias com baixo índice de confiança, as pessoas que trabalham nas empresas com alto índice apresentam 74% menos stress, 106% mais energia no trabalho, 50% mais produtividade, 13% menos dias doentes, 76% mais engajamento, 29% mais satisfação com suas vidas e 40% menos burnout.

 

A partir destas análise, realizadas por mais de uma década, o neuroeconomista pontua 8 comportamentos que promovem a confiança nas organizações. São eles:

 

Reconhecer a excelência

A neurociência mostra que o reconhecimento tem o maior efeito sobre a confiança quando ocorre imediatamente após o cumprimento de uma meta, quando vem de colegas e quando é tangível, inesperado, pessoal e público.

 

Induzir a “Regulação do Stress”

Quando um gerente atribui a uma equipe um trabalho difícil, mas viável, o estresse moderado da tarefa libera neuroquímicos, incluindo ocitocina e adrenocorticotrofina, que intensificam o foco das pessoas e fortalecem as conexões sociais. Quando os membros da equipe precisam trabalhar juntos para alcançar uma meta, a atividade cerebral coordena seus comportamentos com eficiência. Mas isso funciona apenas se os desafios forem atingíveis e tiverem um ponto final concreto; metas vagas ou impossíveis levam as pessoas a desistir antes mesmo de começar. Os líderes devem fazer check-in com frequência para avaliar o progresso e ajustar as metas que são muito fáceis ou fora de alcance.

 

De espaço para as pessoas realizarem o seu trabalho

Após serem treinadas, permita que as pessoas, sempre que possível, gerenciem outras pessoas e desenvolvam projetos à sua maneira. Confiar é um grande motivador. A autonomia também promove a inovação, porque pessoas diferentes tentam abordagens diferentes. Os procedimentos de supervisão e gerenciamento de riscos podem ajudar a minimizar desvios negativos enquanto as pessoas experimentam. E as pesquisas pós-projeto permitem que as equipes compartilhem como ocorreram os desvios positivos, para que outras pessoas possam aproveitar seu sucesso.

 

Permita que as pessoas façam coisas

Quando as empresas confiam nos funcionários para escolherem em quais projetos trabalharão, as pessoas concentram suas energias no que mais lhes interessa. Em algumas empresas, nos Estados Unidos, as pessoas nem têm cargo; eles se auto-organizam em grupos de trabalho. A empresa de software de jogos Valve oferece aos funcionários mesas sobre rodas e os incentiva a participar de projetos que parecem "interessantes" e "recompensadores". Mas eles ainda são responsabilizados. Expectativas claras são definidas quando os funcionários ingressam em um novo grupo, e avaliações de 360 ​​graus são feitas quando os projetos são concluídos, para que as contribuições individuais possam ser medidas.

 

Compartilhe informações largamente

Apenas 40% dos funcionários relatam estar bem informados sobre as metas, estratégias e táticas de sua empresa. Essa incerteza sobre a direção da empresa leva ao estresse crônico, que inibe a liberação de ocitocina e prejudica o trabalho em equipe. Abertura é o antídoto. As organizações que compartilham seus "planos de voo" com os funcionários reduzem a incerteza sobre para onde estão indo e por quê. A comunicação contínua é essencial: um estudo de 2015 com 2,5 milhões de equipes lideradas por gerentes em 195 países descobriu que o engajamento da força de trabalho melhorou quando os supervisores tinham alguma forma de comunicação diária com relatórios diretos.

 

Construa relações intencionalmente

A rede cerebral ativada pela ocitocina é evolutivamente antiga. Isso significa que a confiança e a socialidade que a ocitocina permite estão profundamente enraizadas em nossa natureza. No entanto, no trabalho, muitas vezes recebemos a mensagem de que devemos nos concentrar em concluir tarefas, não em fazer amigos. Os experimentos de neurociência do do laboratório de Zak mostram que, quando as pessoas intencionalmente criam laços sociais no trabalho, seu desempenho melhora. Um estudo do Google também descobriu que os gerentes que "expressam interesse e se preocupam com o sucesso e o bem-estar pessoal dos membros da equipe" superam os outros na qualidade e quantidade de seu trabalho.

 

Ajude as pessoas a se desenvolverem integralmente

Os locais de trabalho de alta confiança ajudam as pessoas a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Numerosos estudos mostram que a aquisição de novas habilidades de trabalho não é suficiente; se você não está crescendo como ser humano, seu desempenho será prejudicado. Empresas de alta confiança adotam uma mentalidade de crescimento ao desenvolver talentos. A avaliação do crescimento pessoal inclui discussões sobre integração entre vida profissional e familiar, família e tempo para recreação e reflexão. Investir na pessoa como um todo tem um efeito poderoso no engajamento e retenção.

 

Demonstre vulnerabilidade

Líderes em locais de trabalho de alta confiança pedem ajuda aos colegas, em vez de apenas pedir que façam as coisas. Minha equipe de pesquisa descobriu que isso estimula a produção de ocitocina em outros, aumentando sua confiança e cooperação. Pedir ajuda é um sinal de um líder seguro - alguém que envolve todos para alcançar metas. 

 

As potencialidades da aplicação da neurociência nas empresas tem sido cada vez mais reconhecidas. Embora seja um campo relativamente recente, as pesquisas têm apontado caminhos para que se desenvolvam ambientes de alta confiança para integrar e promover crescimento. E não se trata apenas de algo feito em laboratórios com roedores. Cada vez mais, empresas como Adobe, Valve, Microsoft e Google tem aplicado os novos aprendizados para desenvolver equipes mais criativas e mais produtivas. Ou, nas palavras de Paul Zak: “Não se trata de facilitar para seus funcionários ou esperar menos deles. Empresas de alta confiança responsabilizam as pessoas, mas sem microgerenciá-las. Elas tratam as pessoas como adultos responsáveis”.

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